quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Entendendo o Jogo e passando mais perrengue.

Em 1981 eu retornei a São Paulo para competir o campeonato infanto juvenil que reunia jovens até 15 anos, e la estávamos convocados para o salto em distancia, uma prova que eu gosto muito, e chegando a São Paulo fomos todos direto aos vestiários e logo em seguida jantar, e como um bando de fominhas recheamos o refeitório com meninas bonitas, e muito bom humor, mas comemos bem, o engraçado é que a equipe de São Paulo não estava e nos com nossas camisetas azuis dominamos.

Durante a noite foi uma tranquilidade e logo no dia seguinte eu tinha a minha prova para realizar, eu disse tranquila?? Nããããããããoooooo!!!!  Encaramos uma tremenda diarreia, aliás todos os times que estavam alojados no alojamento do Ginásio Ibirapuera, e o mais engraçado de tudo era a correria para a disputa de um vaso sanitário. Amigos sofremos com a diarreia a noite toda, e no dia seguinte eu ainda tentava recuperar da noite mal dormida e da desidratação.

Depois de aquecer com dificuldade fu para a pista tentar saltar em distância, quando me preparava para saltar, eu senti um desconforto estomacal, bom pra quem já teve dor de barriga, sabe aquele no que dá no estomago e que desce em direção ao ânus, parecendo uma bomba?? Pois é senti esta sensação e sai correndo na direção do banheiro sem sequer tirar os sapatos especiais que são usados apenas sobre a borracha da pista, que na época era tartam, e o mesmo cheiro de borracha que me estimulou a entrar para o atletismo agora estava embrulhando meu estomago.

Foi um desespero, e juro que se tivesse alguém no caminho eu iria ficar numa situação muito delicada, e por sorte achei no banheiro um vaso vago, muito sujo, mas não deu tempo nem de pensar muito agachei feito mulher tendo num parto de cócoras, e fiquei por muitos minutos ali, Consegui retornar para a prova e saltei miserentos 6 metros e 25 centímetros ficando em quinto lugar.

A competição transcorria com todo aquele desconforto estomacal, quando algum técnico disse que achava que tínhamos sofrido contaminação estomacal pela comida, (eu acho que fomos todos sabotados rs...), aos poucos as coisas foram melhorando, eu já estava abalado, pois cheguei na competição como favorito a vencer a prova e tinha terminado em quinto lugar, naquela noite um dos técnicos da seleção carioca Chamado Alexandre entrou no quarto perguntando quem já tinha corrido os 400 metros, como eu já tinha tido uma decepção no salto em distancia levantei a mão, ele então perguntou "qual o seu tempo nos 400 filho", e eu disse que era 49 segundos, os meus companheiros não entenderam nada, a prova era para ser corrida em semifinal e final no domingo, mas eu já estava chateado e pensei; o que uma voltinha na pista pode me fazer?/

No domingo eu fui com a equipe para o aquecimento, e todos desidratados, eu muito e completamente leigo na prova, fui escalado para ser o primeiro homem, corremos na raia 1, e eu me lembro da sensação de nervosismo quando o arbitro disse as suas marcas, e depois do tiro de partida sai correndo feito um jegue solto no pasto, depois de 150 metros eu rezava para acabar logo aquilo, pois o sol estava um tanto forte, eu entreguei o bastão para o companheiro e rapidamente procurei sombra, não vi em que posição chegamos, mas rezava para não termos classificado. Eu sai procurando um lugar para beber água e só encontrei uma lanchonete, e parecendo um zumbi tomei uma bebida de limão com gás e cai desmaiado, não sei quanto tempo passou, mas lembro de um amigo da seleção caroca me chamando e me reanimando, esse era o Robson Maia,  ele já estava me procurando tínhamos conseguido passar para a final, e quando ele me disse isso eu desmoronei mais uma vez, e isso pode ter causado um trauma, pois tive que correr mais uma vez na raia 1 e sentir tudo aquilo que senti da primeira vez, só que agora apavorado pois já conhecia a prova, quer dize eu sabia  que enfrentaria..., terminamos em terceiro lugar e completamente devastados pela desidratação.

No retorno ao Rio recebi um puxão de orelha claro, mas estava feliz por ter viajado sozinho com a seleção carioca, e isso aos 14 anos de idade, uma vitória para um menino que saiu de uma favela chamada Nova holanda da qual me orgulho muito e estava tendo as primeiras oportunidades de mostrar e representar a comunidade, e apesar de morar na Fazenda Botafogo nunca esqueci minhas origens.

A competição seguinte foi o JEBs Jogos Escolares Brasileiros com  Brasil inteiro e várias escolas participando, então conheci Brasilia, mas essa história eu conto outra hora, esta bem??

Robson Caetano da Silva
www.robsoncaetanodasilva.com.br





3 comentários:

  1. E que persegue hein! Rs rs rs. Que atire a primeira quem na vida no nunca VB passou algo parecido né. Um forte abraço.

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  2. E que persegue hein! Rs rs rs. Que atire a primeira quem na vida no nunca VB passou algo parecido né. Um forte abraço.

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